Celebração para Santo Antonio
A fé em Santo Antonio na família de D. Dalva vem de
gerações antigas. Seu pai foi batizado com o nome de Antonio José de Freitas, e
apelidado como Antonio Xodó. Nascido em 13 de junho, anualmente marcava a data
de seu aniversário com a comemoração a Santo Antonio, o que fez com que Dona
Dalva e os seus irmãos o acompanhassem nas rezas que eram organizadas por Maria
São Pedro, esposa de Antonio Xodó e por seus filhos. Além do seu pai, Dona
Dalva tem uma filha nascida em 12 de junho, o que a fez aumentar a fé e ter
mais um motivo para rezar a Santo Antonio.
Celebrar para Santo Antonio faz parte da cultura
cachoeirana e baiana, porém no período “dos antigos” conforme descreve Dona
Dalva a fé era maior e as rezas eram mais frequentes nas residências. Dona
Dalva relembra que cada noite da trezena tinha um homenageado, os homenageados
tinham o compromisso de organizar a sua noite junto com a comunidade. Relembra
também que o Santo Antonio é celebrado nas residências dos devotos e também em
terreiros de candomblé em referência ao Orixá Ogum.
Desde o falecimento do seu pai, Dona Dalva continuou a
rezar com o tríduo de Santo Antonio em sua residência. A baiana conta que
quando jovem organizava o altar com flores para Santo Antonio, porém gostava
muito de rezar, pois desde criança sempre acompanhou os seus mais velhos nas
rezas. Dentre as rezas que Dona Dalva canta o bendito:
Oh Antonio, Antonio santo
De Jesus, de Jesus querido
Levai, levai minh’alma
Salvai do maior perigo
Seja amado e louvado
De Antonio, coração
Adoramos e louvamos
Glória, amor, reparação – 2x
Oh Antonio, Antonio santo
Dai bendita, dai bendita hora
Levai, levai minh’alma
Para eterna, para eterna Glória
Seja amado e louvado
De Antonio coração
Adoramos e louvamos
Glória, amor, reparação – 2x
Após as rezas, passa-se a distribuição de mingau,
mungunzá, amendoim, milho cozido, arroz doce, bolacha araruta, além do
tradicional pão de Santo Antonio, em que as pessoas costumam guardar na
farinheira. A distribuição de comidas ocorre junto com a boa e tradicional
música popular, que em nosso caso é o Samba de Roda. Dos Sambas de Roda
cantados pela baiana está:
“Santo Antonio que tá no altar
Me dê licença pra eu sambar
Me dê licença pra eu sambar
Santo Antonio que tá no altar
Me dê licença pra eu sambar
Me dê licença pra eu sambar”
FREITAS, Dalva Damiana. Celebração para Santo Antonio. Entrevista concedida a Any Manuela Freitas. Cachoeira, Agosto 2021.
Comentários
Postar um comentário