Vanda Lúcia

 

“Papai levava todo mundo, não deixava ninguém em casa”. Dona Vanda está entre o 7 filhos de D. Matilde de Jesus e S. Amando dos Santos. Nasceu na cidade de Cachoeira na comunidade localizada no Alto do Túnel.

Lembra que durante a sua infância, seus pais levavam todos os filhos para o samba de São Cosme e São Damião nas devoções de amigos e vizinhos. Seus pais trabalhavam com cerâmica, confeccionavam em casa, enquanto os filhos cuidavam da casa e dentre as suas obrigações estavam catar lenha para as necessidades domésticas.

Além de seus pais, o seu tio Tamba (em memória), foi um renomado artista e criador de peças de cerâmica. A família de Dona Vanda preserva a tradição do trabalho artístico das quais sobrinhas e sobrinhos estão preservando e dando continuidade, dentre os seus sobrinhos está o artista plástico Florisvaldo Ribeiro dos Santos, conhecido como Flor do Barro.

O artesanato em cerâmica foi forma de sobrevivência da sua família. O seu pai viajava de navio para vender as peças para sustento da família, o navio atracava no porto de Cachoeira, em que juntamente com os irmãos aguardava o seu pai o retorno do pai. O destino da viagem era a cidade de Salvador para vender no Pelourinho e na Praça da Sé, pontos em que comercializava as peças produzidas. Já em Cachoeira comercializada no restaurante Gruta Azul em Cachoeira e no Pai Thomaz.

Já no Samba de Roda, por volta de 2004 e 2005 passa a compor como integrante do grupo de Dona Dalva Damiana. O Samba de Roda Suerdieck estava se apresentando na Capela D’Ajuda, Dona Vanda entrou para sambar. Logo em seguida Dona Dalva a convidou para participar do grupo e desde então passou a compor o grupo até os dias atuais em que acompanha durante as apresentações na cidade de Cachoeira e demais cidades. Das cantigas de samba da infância lembra de algumas que mantem em sua memória hoje, dentre elas está a cantiga popular:

“Cosme e Damião, sua casa cheira

Cheira a cravo e rosa

Cheira a flor de laranjeira”

 

Cantiga popular de Cosme e Damião