Inspiração cantigas Jiló e Graças a Deus
Inspiração da cantiga Jiló
Jiló é o hino do Samba de Roda de
D. Dalva. Criada pela sambadeira Dalva Damiana a cantiga foi composta quando ainda
trabalhava na fábrica de Charutos Suerdieck. O ano de composição a compositora
não lembra ao certo, porém lembra dos momentos em que criava as músicas inclusive
em seu ambiente de trabalho. A cantiga Jiló veio de um momento de partilha entre
as operárias charuteiras. Dona Eulina levou um jiló mabasso para dividir com as
colegas, ao oferecer a D. Dalva, a charuteira não aceitou pois sua preocupação
era com os filhos pois não tinha deixado “de comer” para as suas 5 crianças. D.
Eulina insistiu dizendo que Dalva não poderia ficar triste, pois apesar das
dificuldades alegrava ao seu ambiente de trabalho. Dona Dalva estendeu a mão e
cantou:
“Venha cá como quiser ô jiló
Jiló, ô jiló como quiser venha cá
ô jiló
Jiló, ô jiló,
Eu plantei jiló, não pegou
A chuva caiu, arrebentou
Eu cortei miudinho, botei na
panela
Pensei que é jiló
Não é jiló, é berinjela”
Daí as amigas continuaram a
brincadeira com a cantiga do Jiló, que é especial, faz parte do repertório
musical do grupo durante as apresentações e está registrada no álbum Samba de
Dalva, disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=OUBO7qSpL1M&list=OLAK5uy_lN5oN-_XXEQJW2m-QVKbCmQkaWIJ_6cpI&index=5
Inspiração da cantiga Graças a
Deus
A cantiga Graças a Deus foi
inspirada quando D. Dalva percebeu a necessidade de resgatar patrimônios históricos
em Cachoeira. A música surge enquanto uma fala destacando a necessidade de
resgatar patrimônios históricos como prédios e patrimônios imateriais como a
festa dos Navegantes.
"Graças a Deus
Que as coisas melhorou
As festas de Cachoeira
Todas elas levantou
Foi chegado o Patrimônio
Concertando o bangalô
Me traga de volta o trem
Me traga de volta o vapor
Nossa Cachoeira é bela
É jóia, é diamante
Só falta voltar agora
A festa dos Navegantes"
Dona Dalva conta que Cachoeira é
um tesouro, tem muita cultura, muito patrimônio. Embora muito já se perdeu, os
antigos se foram e pouco se preservou. Por isso a sua cantiga remonta ao valor
do patrimônio como o trem de passageiros e de carga, festejos, imóveis
construídos com características da arquitetura colonial. A música também faz
referência ao IPHAN quando menciona a chegada do Patrimônio, pois popularmente o
órgão foi durante anos chamado de SPHAN ou Patrimônio.
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